21 fevereiro 2006

Costureira quer três duodecilhões do BB

Ricardo Bandeira

ESPECIAL PARA O ESTADO

BELO HORIZONTE

Uma costureira aposentada que vive em Juiz de Fora (MG) e ganha salário mínimo luta, na Justiça, por uma indenização que supera - e muito - o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e pode torná-la a pessoa mais rica do mundo. Eunice Mendes Garcia, de 72 anos, cobra do Banco do Brasil mais de R$ 3 duodecilhões: R$ 3.141.055.064.767.270.000.000.000.000.000.000.000.000,00. Segundo um escritório de contabilidade contratado por Eunice em 2002, este é o valor atualizado de um pagamento recebido e depositado no Banco do Brasil pelo avô dela, há quase 80 anos. A aposentada perdeu a disputa judicial contra o banco no fórum local e no Tribunal de Justiça, mas não desistiu. Vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

A origem do dinheiro está em 1928, quando o avô de Eunice, doente, passou procuração ao filho autorizando-o a movimentar a conta corrente no Banco do Brasil. Paulo Garcia, pai de Eunice, zerou a conta. O advogado da aposentada, Carlos de Oliveira Barros, afirma que o banco não poderia permitir que a conta fosse zerada porque a procuração autorizava Paulo Garcia a utilizar a conta só para fazer pagamentos. Mas o Tribunal de Justiça entendeu que o documento dava ao pai de Eunice poderes para movimentar livremente o dinheiro. Eunice acredita ter direito aos valores.

Tornar-se a pessoa mais rica do mundo, porém, não altera as ambições de Eunice. "Se eu ganhar, a primeira coisa que vou fazer é comprar uma casa. Não precisa ser luxuosa, basta ser aconchegante", diz. Ela vive com uma aposentadoria de R$ 300 e paga aluguel de R$ 250. Para se manter, ela faz bicos como costureira. Com o dinheiro, a aposentada pensa também em "ajudar as pessoas".


Do Estadão, indicado pela .

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