10 novembro 2007

Fungo causador da caspa pode fazer sexo no couro cabeludo

Pesquisadores de empresa america obtiveram seqüência de DNA do parasita. Atividade sexual pode ajudar espécie a resistir aos xampu anticaspa
Primeiro, os pesquisadores cultivaram fungos suficientes para causar caspa em 10 milhões de pessoas. Depois, seqüenciaram (ou seja, soletraram) seus genes. Finalmente, descobriram que a criatura não apenas vive no nosso couro cabeludo e causa caspa como também pode estar fazendo sexo. Na sua cabeça. Agora mesmo.

Essa é uma das descobertas de uma equipe de pesquisadores da Procter & Gamble que decifrou o genoma do Malassezia globosa, que cresce na pele de até 90% da população e causa, além da caspa, causa uma série de outras doenças de pele. Os pesquisadores dizem que o trabalho pode ajudar a enfrentar a caspa e até uma infecção que pode matar recém-nascidos.

A equipe da P&G Beauty, subsidiária da mesma empresa que fabrica papel higiênico, xampu e outros produtos, afirma que o M. globosa é capaz de secretar mais de 50 enzimas diferentes, que o ajudam a digerir substâncias presentes no cabelo e no couro cabeludo. Ao "comer" essas substâncias, ele libera outras que provocam a morte excessiva de células do couro cabeludo, surgindo então a caspa, a qual é, na verdade, um acúmulo desse tecido morto.

"O genoma também revelou a presença de genes ligados ao acasalamento, o que indica que o Malassezia pode ser capaz de fazer sexo", escrevem os cientistas em artigo na revista especializada americana "PNAS".

Outros fungos podem se reproduzir de forma sexuada, mas isso nunca havia sido verificado nesse gênero fúngico. O sexo pode ajudar na variabilidade genética do parasita e ajudá-lo a escapar de ameaças, como os xampus anticaspa. Para o projeto, os pesquisadores cultivaram 10 litros de fungo, quantidade igual à encontrada nas cabeças de 10 milhões de pessoas.

Fonte: G1

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