05 maio 2006

Sofás ajudam viajante a dar a volta ao mundo

Agência Estado

Albergue já é passado para quem gosta de viajar muito e gastar pouco. Jovens turistas brasileiros descobriram que podem dormir, de graça, em sofás de estranhos em qualquer parte do mundo. A "reserva" é feita pela internet, por meio de um site chamado Couch Surfing, parecido com o Orkut, em que os usuários detalham seus perfis, procuram e oferecem sofás disponíveis.

O site surgiu em 2004 nos Estados Unidos, mas só agora começa ser conhecido por aqui. São 68 mil usuários no mundo, cerca de mil deles do Brasil. Eles se dizem "surfistas de sofá", numa tradução do nome do site em inglês. A publicitária Cintia Mazer, de 30 anos, descobriu a novidade no fim de 2005, antes de uma viagem pela Europa. "Combinei de surfar vários sofás, mas não acreditei muito e fiz reservas em albergues. Não precisei de nenhuma delas e fiquei dois meses surfando", conta.

Ela é hoje uma espécie de embaixadora do Couch Surfing no País e faz o trabalho voluntário de divulgar o site. Seu colchão - e não sofá - em São Caetano do Sul já recebeu dez estrangeiros. Mas, para conseguir sofás pelo mundo, não é necessário pôr o seu também à disposição.
"Além da vantagem financeira, tem a cultural. Você conhece a vida no país e não só os pontos turísticos", diz o estudante Gabriel Gaspar, de 22 anos, que voltou há um mês de sofás em Paris, Munique e Amsterdã, entre outros. Numa das casas havia outros quatro mochileiros como hóspedes. "Alguns dos donos das casas me ofereceram também comida e me levaram para bares, festas. Fui até em show de hip hop em Budapeste."

Gaspar conheceu o site na Europa, onde morou durante um ano e já recebeu turistas da Lituânia e Rússia em seu apartamento. "Quando elas foram embora, a casa estava até mais arrumada do que deixei." Daniel Galante, de 25 anos, cujo "sofá" na verdade é um quarto de hóspedes, diz que conversa também por telefone com quem se candidata a ficar na sua casa. "Uso de bom senso para aceitar ou não a visita e nunca tive problemas."

Segundo Cintia, o site não se responsabiliza pela segurança dos surfistas de sofá nem garante a idoneidade de quem oferece ou procura um lugar. Mas há pontuações que gabaritam o usuário. Quem quer ganhar a certificação, envia dados mais detalhados aos administradores do site para que possam checar se a pessoa e o endereço existem de verdade. Além disso, os depoimentos deixados nas páginas de quem já ofereceu o seu sofá a turistas não podem ser apagados pelo usuário.

O Couch Surfing (www.couchsurfing.com) foi criado pelo americano Casey Fenton, que, antes de uma viagem à Islândia, resolveu mandar e-mails para 1.500 estudantes do país em busca de um sofá para passar as noites porque não estava disposto a pagar por hotéis. Pelo grande número de ofertas, ele achou interessante popularizar sua idéia.

Hoje, há usuários de todos os continentes. O site não aceita propagandas e declara como missão "ligar as pessoas de uma forma internacional, disseminar a tolerância e facilitar o entendimento".

Um comentário:

Eduardo disse...

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(esquilo-2008)