25 setembro 2006

Mulher-bomba iraquiana é condenada à morte na Jordânia

Por Dina al-Wakeel

AMÃ (Reuters) - Um tribunal militar jordaniano condenou à morte na quinta-feira uma iraquiana que tentou sem sucesso realizar um ataque suicida, além de seis outras pessoas acusadas de planejar os ataques que mataram 60 pessoas em Amã no ano passado.

Sajida al-Rishawi, a única entre os réus que está presa, foi condenada por conspiração para realizar atos terroristas e por posse ilegal de armas e explosivos.

Os ataques simultâneos a bomba contra três hotéis da capital jordaniana, em novembro passado, tiveram a autoria reivindicada pelo líder da Al Qaeda no Iraque, Abu Musab al-Zarqawi, que foi morto em junho por forças lideradas pelos Estados Unidos.

A mulher, que é da cidade iraquiana de Ramadi, usava um lenço típico muçulmano na cabeça e um uniforme da prisão, e não demonstrou muita emoção quando a sentença foi pronunciada.

"A expectativa dela era ou a pena de morte ou ser enviada de volta ao Iraque", disse o advogado dela, Hussein al-Masri. De acordo com ele, a ré não o ajudou a coletar informações que pudessem ajudar na defesa dela.

"Ela se recusou a me dar o endereço da família dela no Iraque, porque não queria que eles fossem prejudicados", disse ele. O advogado afirmou que vai recorrer da sentença.

Os promotores disseram que Rishawi tentou detonar os explosivos que carregava junto com seu marido, também suicida, num ataque contra o hotel Radisson durante uma festa de casamento, em 9 de novembro de 2005. Dois outros hotéis, o Hyatt e o Days Inn, sofreram ataques no mesmo dia.

As autoridades jordanianas a identificaram como irmã de Samir Mubarak Atrous al-Rishawi, um assessor de Zarqawi que foi morto por forças dos EUA no Iraque.

Rishawi fez uma confissão gravada em vídeo alguns dias depois das explosões, afirmando que não conseguiu detonar seu cinturão de explosivos. Mas, no tribunal, ela alegou inocência.

O advogado já disse que a ré lhe contou que as confissões haviam sido obtidas sob tortura, mas que ele não tinha provas disso. Segundo o defensor, Rishawi se casou na véspera de ir à Jordânia e só soube da trama dos ataques quando o marido a obrigou a vestir o cinturão suicida, horas antes da operação.

Ela foi presa pouco depois enquanto tentava se esconder com a família de seu cunhado, um jordaniano morto em combates contra as forças dos EUA no Iraque.

Reuters

Como se fizesse alguma diferença...

Nenhum comentário: