03 outubro 2008

RS: Justiça apreende cavalo e proíbe relincho em campanha


Daniela Uequed
Direto de Porto Alegre

A Justiça Eleitoral de Sapucaia do Sul (RS) mandou apreender uma réplica de cavalo, apelidada de Merendão (e "outras esculturas similares"), que andava a reboque pela cidade com um cartaz: "Vendo meu cavalo. Nome: Merendão. Valor: 11.304.000.
A decisão proíbe ainda sons de relinchos no município, pois seriam ofensivos ao prefeito e candidato à reeleição Marcelo Machado (PMDB), que ingressou com o pedido de confisco do objeto.

Na tarde de ontem, Merendão foi levado pelo seu criador, o presidente da Câmara de Vereadores, Elton Primorosa (DEM), até o Cartório Eleitoral, onde ficou. À noite, a estátua foi recolhida para sede da Polícia Militar.

O criador

Primorosa, dono e criador da réplica eqüina, explicou que Merendão e as buzinas de carro imitando relinchos seriam uma forma de protesto contra Machado, suspeito de uso irregular de verba de merenda escolar.

Machado teria comprado cavalos de raça com os valores desviados da merenda pública (estimado em R$ 11.304.000,00). Para o vereador "a juíza foi de uma infelicidade muito grande ao mandar prender uma escultura. Acabou muito criando este circo político na cidade".
No meio da discussão, quem não sabe como agir é a população. Moradores que utilizam cavalos como meio de transporte se mostram amedrontados com uma possível apreensão de seus eqüinos. "Coloquei um bucal no cavalo para ele não relinchar. Não quero correr o risco de sermos presos", afirmou o comerciante João Marques.

Honra

O coordenador da campanha de Machado, Livaldino Fagan, disse que o prefeito não se manifestará sobre o fato.

Para ele, o uso do animal visava atingir o nome e a honra do político. Fagan confirma que Machado está sendo investigado. "Existe sim, CPI e investigações, mas não houve nenhuma condenação".

Sobre temor da população em usar seus animais, ele garante que ninguém corre riscos. "Não há impedimento algum. As pessoas podem andar a cavalo".

Redação Terra

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